Série “Quem constrói as OEB” | entrevista Ana Paula Mendonça Soares

Apresentamos nossa Diretora Administrativa Financeira Ana Paula Soares. Apesar do título parecer mais burocrático, ela participa intensamente de muitos dos projetos que acontecem no dia a dia das Olimpíadas Especiais Brasil. Aos 55 anos, é formada em Administração e pós-graduada em Responsabilidade Social e Terceiro Setor pelo Instituto de Economia da UFRJ, além de ser casada, mãe de três filhos e cheia de carisma.

Como você se aproximou das OEB?
OEB preenche a minha vida há quase 11 anos! Fui apresentada ao movimento em 2010 por um amigo que tinha recém assumido a presidência da Fundação. O momento era bem turbulento, alguns conselheiros tinham pedido para sair e a Fundação quase fechou. Nessa época eu era sócia de uma empresa de BPO (Business Process Outsourcing) e esse amigo me deu a missão de não deixar a Fundação fechar, reorganizando os processos, as finanças e as parcerias. Resultado: a Fundação virou um dos meus clientes.

Você já tinha entrado em contato com o tema antes?
Cresci em uma família com mais quatro irmãos e um tio com DI muito amado que foi morar na minha casa após a morte de meus avós. Eu tinha 10 anos e ele 35. Uma convivência maravilhosa, que me proporcionou muito aprendizado e muitas alegrias!

E como foram seus caminhos na organização?
No início eu achei que seria um “job” muito tranquilo, como outros que já tínhamos, porém não demorou muito para eu me dar conta de que aquele trabalho ia muito mais além. Mais do que o volume de trabalho descortinou-se à minha frente uma real possibilidade de lutar por algo que me era familiar: melhorar a vida das pessoas com DI. O envolvimento com as OEB só crescia e quando me dei conta eu estava trabalhando integralmente para a Fundação e os dias pareciam curtos demais para o tanto de coisas que eu queria fazer. Não demorou muito para o meu amigo/Presidente me convidar para trabalhar exclusivamente para a Fundação Special Olympics e eu não pensei duas vezes.

As OEB te trouxeram aprendizados? Qual foi o maior deles?
De lá pra cá foram muitos momentos incríveis, muitas lições aprendidas. Ainda existe um caminho muito longo que precisamos trilhar para que a inclusão se torne algo natural. Isso é o que me motiva, combater o preconceito e a discriminação, que ainda são muito presentes. Penso muito em como podemos criar espaços de poder para essa população, que é gigantesca, nas decisões políticas! Muitas decisões que afetam diretamente essas pessoas são tomadas a todo tempo sem que elas sejam ouvidas ou consultadas. Na OEB usamos o esporte para empoderar essas pessoas, e é realmente uma excelente ferramenta, mas estamos mirando lá na frente, numa transformação da sociedade. É sobre acesso à saúde, educação, emprego e renda, cultura e lazer…sobre direitos!

Quais são foram as situações mais desafiadoras que você já viveu nessa trajetória? O que significa um mundo com mais inclusão?
De fato, falta muito apoio a essa causa por parte, não só do poder público, mas de empresas e da sociedade como um todo, mas eu noto que existe uma falta de compreensão do que é a deficiência intelectual. A maioria das pessoas ou não sabem ou confundem. Como apoiar ou lutar por algo que não se conhece muito bem? Então, precisamos falar sobre isso! Precisamos mostrar as potencialidades e as possibilidades! Eles não conseguem fazer isso sozinhos e é por isso que estamos aqui! Inclusão é sobre menos discurso e mais ação!

Quer saber mais da Ana?? Ela está no Instagram como @mendoncasoaresanapaula.

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