Série “Quem constrói as OEB” | entrevista Teresa Leitão

Essa entrevistada é alguém muito fundamental para nosso corpo de diretores: Teresa Leitão, responsável pela diretoria de esportes. Teresa é formada em Educação Física pela Escola Superior de Educação Física de Jundiaí, e tem a inclusão como um tema bastante presente em sua trajetória, com uma especialização em EF Adaptada na Unicamp em 1996, mestra em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (1998), e doutora em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (2002), sendo que o objeto de pesquisa de seu doutorado foi justamente a atuação das OEB. E não para por aí, em 2019 ela concluiu seu pós-doutorado em EF Adaptada.  Atualmente é professora titular da Escola Superior de Educação Física de Jundiaí. 

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e sorrindoQuando começou sua história com as Olimpíadas Especiais? 

Começou em 1996 quando eu fazia especialização na Unicamp e minha amiga Denise me falou sobre OE. Eu fui fazer um curso de capacitação em basquete em Valinhos (SP), e nesse mesmo curso conversamos com o então diretor, Sr. Vanilton, para iniciarmos o tênis. Foi onde eu comecei com o tênis em Jundiaí (SP). 

Depois, participei com os atletas na organização do tênis nos Jogos Nacionais em 1998. Fui para meu primeiro evento internacional, os Jogos Mundiais, na Carolina do Norte, em 1999, com apenas um tenista e, após esse evento, comecei a difundir o tênis na América Latina. 

Hoje, temos tênis nos 20 países da SOLA, faço parte da organização, expansão e parcerias do tênis mundialmente. Já apresentei o esporte em mais de 15 encontros internacionais e organizei todos os Jogos Latino-americanos, Pan-americanos, Mundial Invitacional. Berlim será minha quarta vez à frente do tênis nos Jogos Mundiais da SO. 

O que te motiva a trabalhar com a causa inclusão? 

Ver a alegria das pessoas quando estão nas quadras, campos, piscinas etc., por terem a oportunidade de mostrar suas habilidades.  

Quais foram as situações mais desafiadoras que você já viveu em sua trajetória nas OEB? 

As mais desafiadoras foram no início, quando quase ninguém conhecia as OEB e tínhamos que “provar” a todo tempo que o esporte só traz benefícios, e que as OEB mudam as vidas de todos. O outro desafio muito grande foi quando o programa quase fechou no Brasil, mas graças à minha irmã, que assumiu a responsabilidade da gestão na época, felizmente conseguimos dar a volta por cima e alcançarmos um crescimento vertiginoso e importante.  

Pode ser uma imagem de 11 pessoas e pessoas sorrindo

E qual foi o seu momento favorito ou mais gratificante com as Olimpíadas Especiais?

São todos os momentos em que posso estar com os atletas, principalmente, quando eles dizem que gostam de praticar esportes e que se sentem bem e felizes por estarem ali. Tem um momento muito especial, quando fiz a apresentação do tênis para a fundadora da SO, a Eunice Kennedy Shriver, na China em 2007, pois foi a última participação dela em um evento antes de falecer. Guardo a foto dela com nossa equipe das OEB com muito carinho. 

As OEB te trouxeram aprendizados? Qual foi o maior deles? 

Muitos, em todas as áreas, não só no esporte. Aprendo muito a cada dia, com cada um(a) que faz parte do programa, desde a organizar um evento até a pensar em como podemos atrair mais seguidores/voluntários. Mas acho que o maior deles, e vou usar uma frase de um filme que gosto muito, é que: “todo mundo pode acender uma luzinha em uma sala escura” e que posso traduzir essa frase em uma palavra: oportunidade. 

O que um mundo inclusivo significa para você? Por que isso é importante? 

Um mundo inclusivo para mim é aquele em que todos tenham oportunidades, sejam reconhecidos e respeitados. Um mundo de equidade e tolerância. 

Qual seu maior desejo/sonho junto as OEB?

Que as OEB possam ser conhecidas no país todo, reconhecidas pelas organizações e empresas que fomentam o esporte nacionalmente e que tenhamos muito mais atletas, mais esporte unificado, mais pessoas envolvidas. 

Pode ser uma imagem de 2 pessoas e pessoas sorrindoE qual você acredita que seja o maior obstáculo que temos no Brasil para a difusão desse ideal de inclusão? 

A falta de conhecimento das pessoas sobre as OEB, sobre as pessoas com deficiência, sobre inclusão. E o desconhecimento gera ações que são contrárias à evolução. Mas estamos crescendo e trabalhando nesse processo. Tenho uma enorme esperança de que um dia todo o país vai dar o valor que as OEB merecem.

Que mensagem você compartilharia com outros colegas, sobre um mundo mais inclusivo para as pessoas com deficiência intelectual? 

Comece a transformação por você e no seu entorno. A inclusão é para todos. É possível e é gratificante. Vamos juntos nesta luta?

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