No dia 17 de junho de 2020 nós, das Olimpíadas Especiais Brasil, realizamos a quinta de uma série de transmissões ao vivo, também conhecidas como “lives”, em nosso Instagram. Em meio a pandemia, decidimos fortalecer laços com a nossa comunidade através do canal que dispúnhamos no momento: o digital. Dessa forma, planejamos lives com temas de interesse do nosso público com uma média de 30 minutos por live, para que todos pudessem assistir sem se cansar!
Nessa live contamos com a presença do nosso diretor do programa Escolas Unificadas, Rafael Fiuza, e nossa médica neuropediatra voluntária da iniciativa Promoção da Saúde, do programa de Atletas Saudáveis, Bianca Orsi. A conversa da noite teve como objetivo falar um pouco sobre os fatores de risco e cuidados especiais para pessoas com deficiência intelectual durante a pandemia causada pelo coronavírus. Com a Dra. Bianca já na live, Rafael faz um agradecimento especial a todos os médicos envolvidos direta ou indiretamente com a crise causada pelo COVID-19. Ressaltando a importância de nossos voluntários que mesmo distantes têm se feito presentes para nossos atletas e suas famílias.
Para começar a entrevista, Rafael resgata que nossa convidada foi médica da delegação do Brasil nos Jogos Mundiais em Abu Dhabi e, assim, indaga como foi essa experiência para ela e pede também uma breve explicação sobre o programa Atletas Saudáveis. Bianca então diz que a experiência que teve com o evento e os atletas nos Emirados Árabes foi muito grandiosa e gratificante. Ela inclusive recomenda a quem puder participar, pois ela aprendeu com os atletas um pouco mais sobre o que é “viver”. Falando sobre Atletas Saudáveis, a doutora ressalta que é um programa reconhecido mundialmente que promove uma oportunidade de acesso à saúde para nossos atletas, visando uma melhor qualidade de vida. Rafael, para complementar, lembra que todos os médicos do programa são voluntários, o que torna mais bonito ainda esse trabalho!
Adentrando no tema da live, Bianca explica um pouco a relação de grupo de risco e pessoas com deficiência intelectual (DI). Ela diz que uma pessoa com deficiência não faz necessariamente parte do grupo de risco, ou seja, pessoas com deficiência intelectual não apresentam fatores de risco maiores que pessoas sem deficiência em relação à COVID-19. Embora a deficiência intelectual não carregue por si só maior vulnerabilidade, pessoas com DI que possuam doenças crônicas pré-existentes, problemas relacionados ao coração ou rins, idosos, com problemas de hipertensão ou diabetes ainda são considerados grupos de risco! O que pode ser entendido como um facilitador para o contágio em pessoas com deficiência intelectual é a questão dos cuidados pessoais, portanto, deve-se atentar às recomendações (lavar bem as mãos, praticar o isolamento social e, caso seja necessário, sair utilizando máscara).
Falando então sobre contaminação, a doutora explica que a transmissão é feita a partir de gotículas, por intermédio de espirros, tosse, catarro etc. A contaminação pode ocorrer também através do toque em locais contaminados caso a mão seja levada até as mucosas (exemplo: aperta-se a mão de uma pessoa infectada que tenha espirrado nela, a mão da pessoa saudável torna-se infectada e, sem saber, ela leva à boca e contrai o vírus também). Rafael pergunta então sobre o que seriam pessoas ‘assintomáticas’ e a entrevistada, de maneira simples, esclarece que são pessoas que possuem o vírus, mas não apresentam sintomas. Temos também pré-assintomáticos, que são aquelas pessoas que desenvolvem sintomas, porém bem mais leves, como se fosse uma gripe qualquer.
Respondendo a uma pergunta nos comentários, Bianca recomenda que a ida ao pronto socorro deve ser feita nos casos mais urgentes (falta de ar intensa/dificuldade de respirar). Isso se dá por conta do alto risco de contaminação que os hospitais apresentam hoje. Ela aconselha que, em caso de sintomas leves, procure falar com um médico da família, por exemplo.
Pensando em nossos atletas, Rafael pede que a doutora oriente sobre a importância do distanciamento social e dos novos cuidados. Bianca, então, fala sobre o problema das aglomerações por conta de pessoas sintomáticas e assintomáticas, inclusive! A recomendação, portanto, é evitá-las e, caso precise sair de casa, manter sempre a distância de no mínimo 1,5m de outras pessoas. Se vier a encontrar um conhecido, não abraçar, beijar ou até apertar as mãos, além de sempre lembrar de lavá-las com água e sabão ou usar o álcool gel e não tocar as mucosas (olhos, nariz e boca). Objetos de uso pessoal também não devem ser compartilhados em hipótese alguma, uma ação recomendável é que separem também talheres e copos por pessoa. Outro cuidado com o ‘mundo exterior’ que devemos ter é sempre lavar as compras e tirar os sapatos quando se vem da rua. Mesmo em casa, procurar se manter sempre em locais ventilados, onde haja circulação de ar. A Dra. Bianca menciona também que é importante se alimentar bem e praticar exercícios físicos.
Sobre o uso da máscara, em específico, nossa voluntária revela que não há como sair de casa sem máscara, todos, sem exceção, devem usá-la ao ir à rua. Assim, ela demonstra (foto abaixo) que o importante é cobrir sempre nariz e queixo.
Bianca chama atenção também para como pegar a máscara. Ela diz que nunca devemos pegar no centro da máscara e considerá-la sempre um local possivelmente contaminado. Ou seja, a máscara deve ser retirada pelas laterais (elásticos ou tiras de amarração). Além disso, a duração média é de duas a três horas de uso contínuo.
Respondendo a uma pergunta, ela ainda salienta a importância de, em uma conversa com pessoas fora do seu convívio diário, os dois (ou mais) indivíduos estarem utilizando a máscara e mantendo distância. Para a higienização da máscara caseira é importante, depois de chegar em casa, pegar uma colher grande de água sanitária e um litro de água em uma bacia e imergir a máscara por trinta minutos. Após isso, lavar com água e sabão e, quando seca, passar a máscara com ferro quente.
Para finalizar, Dra. Bianca ainda traz uma dica que diz ter ouvido de uma mãe em relação aos autistas que podem ser agitados e se incomodar com o uso da máscara. A dica é deixar que eles escolham a máscara, modelo, tecido, desenho etc. Mas a maior dica sempre é evitar sair, evitar o contato e, consequentemente, evitar o contágio.